Bandas esquecidas pelo grindcore mundial - Parte II - Motorsägenservice e Society of Jesus

Em posts anteriores desta série, falei de No Sense e Necrobutcher, que na minha humilde opinião, são duas bandas que mereciam muito mais destaque do que receberam na época e que infelizmente não tiveram o valor reconhecido.

E é esse o caso com os dois EPs que posto hoje, duas bandas brilhantes que fizeram estardalhaço em seus dias de atividade e podem ter passado batido no radar de muita gente.

Primeiramente, temos o Motorsägenservice, banda alemã, surgida em 1990, praticando um grindcore que em momentos lembra os canadenses do Mesrine, mas com uma pegada um pouco mais hardcore em alguns momentos, encerraram as atividades em 2000,  deixando esse puta ep de grind simples, direto e na cara, recomendadíssimo!

E em seguida, Society of Jesus, banda italiana de powerviolence, com algumas passagens lentas, quase sludge, semelhante à bandas como Roscharch ou Enewetak, o som da bateria nessa gravação é fenomenal, além de ter o mérito de ser um dos discos de hardcore com a maior quantidade de bumbo duplo que já ouvi na vida, sem soar chato ou forçadão como em boa parte das bandas de Death Metal. 

Fato curioso é que na época de seu lançamento, em '97, os membros da banda distribuíam cópias do vinil junto com aqueles "santinhos", roubados de igrejas locais. Além desse ep, participam do 4-way Pasta Power Violence, com outros nomes grandes do punk italiano como Cripple Bastards, Obtrude e Nagant 1895

Se alguém mais tiver qualquer info destas bandas, favor entrar em contato,  não tenho nenhuma informação fora o pouco postado aqui.


Download dos dois compactos aqui (desculpem o formato, não tive como rippar por faixas)

Darkthrone - Circle The Wagons (Full-lenght, 2010)

 

Acho meio mancada postar um disco que ainda nem saiu, mas dessa vez não deu pra segurar.

Seguindo na esteira dos últimos discos, os noruegueses do Darkthrone lançam mais um excelente álbum de puro metalpunk, com referências passando pelo crustpunk inglês, black metal da velha guarda de Hellhammer/Celtic Frost e muito de heavy/speed metal, contando até com vocais épicos (grata surpresa!) acompanhadas de um instrumental muito bem-resolvido.

Para os fãs da nova fase da banda, altamente recomendado, sendo, em minha opinião, o trabalho mais competente e coeso até então, que definitivamente reflete as declarações dadas por aí, sendo assim, essencial para qualquer um fã de metal/punk sem cair em extremismos ou radicalismos gratuitos.

Tracklist:

1.	Those Treasures Will Never Befall You	04:21
2.	Running for Borders	04:04
3.	I Am the Graves of the 80s	03:07
4.	Stylized Corpse	07:33
5.	Circle the Wagons	02:46
6.	Black Mountain Totem	05:36
7.	I Am the Working Class	05:08
8.	Eyes Burst At Dawn	03:49
9.	Bränn Inte Slottet	04:37

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Post especial - Black Metal Nacional

Participo em um fórum e ultimamente o pessoal de lá têm feito tópicos-discografia sobre certos assuntos e um dos mais recentes foi Black Metal, reuni alguns discos nacionais interessantes e postei por lá e pensei "porra, custa nada jogar no blog", hehe.

Então, seguem algumas indicações de bandas que eu considero relativamente injustiçadas dentro do metal nacional.

Impurity - The Lamb's Fury (full-lenght, 1993)

Excelente banda, ofuscada talvez pelo sucesso dos conterrâneos e contemporâneos Sarcófago, apresenta aqui um som oriundo da época em que Black Metal ainda não era uma sonoridade estabelecida, com altas doses de energia punk e passagens típicas do grindcore, porém com uma pegada mais "evil", obviamente.

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Amen Corner - Fall, Ascension, Domination (full-lenght, 1993)
Banda formada em Curitiba, no ano 1992,  toca um som na pegada das músicas mais lentas do Hellhammer, passando com folga dos 4 minutos de duração, mesmo sem usar teclados sua principal marca é a criação de climas sobre climas. Recomendado.

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 Lord Blasphemate (Demo-tape, 1994)

Banda oriunda de Natal - Rio Grande do Norte, este sendo seu segundo registro, contando com composições longas (3 faixas beirando 30 minutos de música) e extremamente climáticas, porém sem firulas ou "frescuras" de qualquer forma.

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Sangraal - Gemini Wars (demo-tape, 1998)

Por hoje, mais uma banda americana, dessa vez de San Diego, informações sobre o Sangraal são escassas, o que se encontra pela internet é apenas que conta com membros do Gehenna, original banda de hardcore/powerviolence americana, que em meados dos anos 90 já fazia uma mistura de hardcore e metal sem soar como as bandas metalcore-piada atuais e que ao lado do Integrity, de Cleveland, foi responsável por mudar a idéia de que hardcore era algo sempre positivo, abordando uma visão misantropa/niilista de mundo e política. Em muitos casos, abordando até temas concernentes ao ocultismo, realmente bem distante da cena em que estavam inseridos.

E nesta demo, gravada em 1998, encontramos uma sonoridade decididamente voltada ao metal em sua forma mais crua e violenta, com várias passagens beirando o grindcore, tudo muito simples, direto e sem qualquer firula.  Ao todo, são quase 16 minutos de violência, divididos em apenas 9 faixas. Indicado tanto para fãs de Black Metal quanto entusiastas de thrashcore, mas que gostem de um toque mais "malvado" em seus sons.

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Tracklist

1.	Archangel
2.	Absorption Into Wisdom
3.	Soloman, Die!
4.	Misery / Plague Riders
5.	The Long Haired Kings
6.	I Am Your Destruction / Everlasting World Without End
7.	The Murdered Magicians
8.	Gemini Wars
9.	Journeys Through Time

Teen Cthulhu - Ride The Blade (Full-lenght, 2003)

 Formada em 1998, o Teen Cthulhu é uma banda de Seattle que soa exatamente como uma banda de moleques hardcore soaria ao tocar Black Metal. E eu digo isso da forma mais sincera e positiva possível, nesse disco tu encontras de tudo, incluindo até uns teclados perdidos aqui e ali.

Em termos de sonoridade e produção, definitivamente é um disco legítimo de Black Metal, mas a energia e pegada da coisa toda entregam as raízes punks da banda, alternando algumas passagens hard/noisecore e principalmente, os vocais gritados com mais urgência do que necessariamente raiva, tornam um disco bem diferente do que costuma ser visto por aí atualmente.

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Tracklist

1) Burning Fields
2) Fantastic Wound
3) I'm Going to Fucking Kill Myself
4) The Aquaducts Will Run Red with the Blood of the Ceasar
5) 120 Days of Sodom
6) Milder Dimensions
7) Hydroencephaloid
8) Fucking With Death
9) Bloodhorse
10) Knocking on Heaven's Gate
11) Hillgiant Witch
12) Ready the Guillotine
13) Wolfhunter

GoatPenis - Biochemterrorism (Full-lenght, 2010)

O GoatPenis é uma daquelas bandas que definitivamente dispensa grandes apresentações, calcando seu som com influências de black metal cru aliados ao grindcore feito no passado, quando ainda se chamavam Suppurated Fetus, chegam com mais um álbum devastador, pra dizer o mínimo.

Normalmente ao se deparar com o nome GoatPenis, a primeira coisa que vêm à mente são as qualidades sofríveis de suas gravações, fato que vêm mudando desde o último disco, Inhumanization, de 2004. Se em Inhumanization, o GP mostrava um lado mais próximo do Death Metal, em Biochemterrorism, parte dessa influência é deixada de lado em favor de riffs cortantes e vocais mais orgânicos, sendo um trabalho indicado tanto para fãs antigos quanto para quem nunca ouviu nenhuma de suas gravações anteriores.

Excelente!

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Tracklist

1.	Once Blood Was Spilt
2.	Fatal Equinox (Perpetual Resplendence)
3.	The Pugnacious Force that Devours All Reason
4.	Perfect Prototype of an Apocalypse
5.	Death Emperor Rules Supreme
6.	Frantic Fury (1.225° C.) (Abortion of the Macrocosm)
7.	The Future of Mankind is Nuclear Breath
8.	Last Burial of the Human Race
9.	Intraspecific Killing
10.	Infinite Paths to the Land of Suicide
11.	Chaos Dominium
Total playing time		34:44

Benighted Leams - Caliginous Romantic Myth (Full-Lenght, 1996)

Alex Kurtagic é um escritor, artista e músico britânico, com certa notoriedade por conta de ilustrar várias capas de bandas de Black Metal, incluindo aí trabalhos para o Tormentor, banda húngara que fez o favor de apresentar Attila Csihar ao mundo e também para o famigerado Stormblast, dos noruegueses do Dimmu Borgir.

Apresento neste post o primeiro disco da banda de Kurtagic, que pratica um som um tanto quanto complicado de se entender, sendo, essencialmente um disco "ame ou odeie". Em suma, Caliginous Romantic Myth é um disco de black metal, com excelentes riffs e bons vocais, à exceção dos momentos em que Kurtagic insiste em cantar limpo, soando, sinceramente, horrendo. É uma daquelas coisas que se tem que ouvir para entender, definitivamente.

De fato, os vocais de Alex são os principais responsáveis por tornar a experiência algo tão polarizador e único, provocando até uns risinhos em uma primeira audição despreparada. Passada a primeira barreira, é um excelente disco, dotado de originalidade ímpar e senso de composição únicos.


Tracklist:

1.	Tenebrious Arcadian Dream	01:04
2.	The Fnead	07:57
3.	Œillades Into Pænumbral Mirth	05:26
4.	Wood Nymph of Summer Twilight	07:04
5.	Caliginous Romantic Myth	10:37
Total playing time		32:11

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